A compra e venda de ouro é um negócio que cresce cada vez mais em Portugal. Actualmente, o país já conta com cerca de 5.000 lojas autorizadas a exercer esta actividade. Este é um sector em expansão devido à actual conjuntura económico-financeira a nível mundial, a qual provoca dificuldades financeiras nas famílias.



A compra e venda de ouro é um negócio que se traduz, simplesmente, em ouro por dinheiro. Ou, então, se preferirmos, em euros por ouro.

Ourivesaria e Ourives - A Arte e o Artesão

Há milhares de anos que o Homem adorna o corpo com metais preciosos, preferencialmente, com ouro, mostrando, assim, o seu poder socioeconómico, a sua matriz religiosa, a sua comunidade cultural, os seus valores estéticos, entre outros. Ao longo dos séculos, todos estes factores foram determinantes para a arte da ourivesaria, a qual consiste num processo de trabalhar o ouro, considerada a mais bela, delicada e perfeita, distinguindo-se, assim, de todas as demais. Verdadeiras obras desta arte milenar são produzidas pelo artesão através da sua minúcia e gosto, criando, deste modo, artigos de desenho, ora clássico, ora contemporâneo, mas sempre muito apetecidos e cobiçados.

A ourivesaria é, pois, uma actividade de cunho artesanal que se traduz na arte de trabalhar o ouro na fabricação de jóias e demais ornamentos, sendo o ourives não só um profissional de inegável prestígio, como também, um verdadeiro artista.

Tal como qualquer outra técnica artística, a ourivesaria também é realizada através de um dado processo, tendo como primeiro passo o derretimento da pepita de ouro e a sua posterior condensação num bloco de ouro, o qual o ourives terá nas suas mãos e o trabalhará de forma muito similar a um escultor, quando este recebe um bloco de mármore. Genericamente, são quatro as etapas na fabricação desta arte, sendo elas, a martelagem, a modelagem, a soldagem e o refinamento.

Para começar, o ourives utiliza um martelo ou um instrumento similar para talhar o bloco de ouro, até que o mesmo fique de forma desejada.

Com o intuito de conferir melhor forma ao bloco, o artesão utiliza ferramentas e instrumentos com maior grau de precisão, como por exemplo, matrizes que estampam partes da peça de uma maneira uniforme, de modo a optimizar o processo de fabricação.

Na confecção de jóias e de outros produtos resultantes da ourivesaria, pode ser necessário soldar elementos componentes desses produtos, cuja soldagem, por se tratar de peças pequenas, também é feita com instrumentos de precisão.

Finalmente, com a jóia modelada, chegou a hora do aprimoramento da mesma, a qual passa pelo polimento, cravação de pedras preciosas e diamantação, enfim, tudo que é preciso para agregar mais valor à jóia.

Aplicações do Ouro

Conhecido desde a Antiguidade, este metal de cor amarela, de transição brilhante, pesado, maleável e dúctil é utilizado de forma generalizada na joalharia e na indústria electrónica e funciona, também, como reserva de valor.

Falemos então sobre este metal precioso - o ouro.

Desde 3000 a.C. que o ouro é utilizado como moeda de troca, no entanto, só em finais do século XVIII é que adquiriu um estatuto monetário universal. Supõe-se que mais de metade de toda a produção mundial de ouro seja absorvida pelos próprios Estados para cunhagem de moeda e, principalmente, para reservas bancárias como garantia de equilíbrio nas transacções comerciais à escala internacional.

O mercado de ouro integra o grupo dos chamados mercados de risco, uma vez que as suas cotações variam segundo a lei da oferta e da procura. A nível europeu, os principais centros que negociam ouro no mercado de balcão são Londres e Zurique, enquanto no resto do mundo é a Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque o grande centro deste negócio, na qual as respectivas operações são viradas para o mercado futuro.

Por outro lado, as maiores aplicações não monetárias deste elemento são decorativas e funcionais. Os usos decorativos incluem a joalharia e os adornos religiosos, enquanto as aplicações funcionais têm lugar na indústria electrónica e na engenharia aeroespacial. O ouro também é utilizado em ligas destinadas a próteses dentárias, contactos eléctricos, equipamento químico, fotografia, etc.

À temperatura ambiente, o ouro apresenta-se em estado sólido e puro e em forma de pepitas e depósitos aluvionais. Contudo, o ouro puro é demasiadamente mole para ser usado, por isso, é, geralmente, endurecido, o que pode dar origem a três tipos de ouro. O mais comum e também o mais procurado é o ouro amarelo, no qual os elementos adicionais são o cobre e a prata. Por sua vez, o ouro branco, para além do ouro amarelo, contém também os chamados metais brancos, como é o caso, da prata, do paládio ou do níquel. E quanto ao ouro vermelho, este trata-se do ouro amarelo em conjunto com cobre, prata e zinco.

História do Ouro

O ouro, símbolo de pureza, valor, realeza, ostentação e brilho foi, muito provavelmente, o primeiro metal a ser descoberto pelo Homem.

A procura deste metal tão precioso esteve na origem do aparecimento, desenvolvimento e conquistas das primeiras civilizações. Estudos arqueológicos revelam que no ano 4000 a.C., o ouro já era trabalhado na Mesopotâmia.

Posteriormente, as técnicas de obtenção do metal e a manufactura dos objectos foram transmitidas a todas as civilizações do Mediterrâneo Oriental.

No continente americano, também as civilizações dos Astecas e dos Maias conheciam e trabalhavam o ouro.

Na época das Grandes Navegações, países como Portugal e Espanha eram considerados muito ricos, pois trouxeram bastante ouro da América recém-descoberta.

Durante a Idade Média, o ouro teve um papel muito importante para os alquimistas da Pedra Filosofal, visto que eles procuravam converter qualquer metal em ouro. Essa procura contribuiu, indirectamente, para o desenvolvimento da Química, da Medicina e da Metalurgia.

Actualmente, os maiores produtores de ouro a nível mundial são a África do Sul, a Rússia, o Canadá, os EUA e a Austrália. Embora em quantidades muito pequenas, o ouro também existe na água do mar, estimando-se que nos oceanos e mares de todo o mundo existam cerca de 70 milhões de toneladas deste elemento. Sempre existiu o negócio de comprar e vender ouro.
 
Bem cobiçado e exaltado, símbolo de ganância, emblema de nobreza, instrumento de vaidade, marca de beleza, sinalizador de poder, supremo objecto de desejo, o ouro, com todos os seus atributos artísticos, religiosos e mágicos, tem decidido o destino da Humanidade ao longo dos tempos.